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Para Orar e Adorar

terça-feira, 26 de março de 2013

Adulão: Refúgio ou escola?


Adulão - a gruta que com frequência serviu como sede secreta a Davi e a seus 400 ou 600 de seus homens, tem sido situada tradicionalmente no deserto da Judéia, sobre o inclinado precipício sul de Wadi Khareitun, a 1,2 quilômetros ao sul do Herodium, e acinco quilômetros a noroeste de Tecoa.
Há uma rusticidade oculta e rara nas proximidades do lugar, com fraguimentos maciços de rochas espalhados na gruta, que está situada em um penhasco comprido e estreito na parte de cima da base do barranco. Uma enorme pedra rachada, de muitas toneladas de peso, quase obstrui a entrada da gruta. Perto dali, há um manancial de água corrente, clara e fresca.
O único acesso à cova é através de uma abertura circular de uns 2,2 metros de altura. Na parte de dentro há uma passagem sobre o estreito que conduz a uma cova pequena, e partindo dela uma passagem serpenteante leva a um grande quarto, que mede aproximadamente 473 metros quadrados. Existem passagens estreitas que se ramificam e conduzem a outros quartos de grande tamanho, alguns dos quais se encontram em níveis mais baixos, e com espaço suficiente na parte interior para 1000 homens. O lugar parece reunir as características que lhe são dadas nos relatos bíblicos, onde Davi se ocultava com frequência do rei Saul.

A palavra deserto provém do latim "desertus", particípio passado de "deserêre", cujo significado é "abandonar". E essa é a sensação de quem encara os "desertos" desta vida: a sensação do abandono. 
Situações adversas sempre sobrevêm sobre a nossa vida e às vezes nos pegamos num misto de preocupações e decepções.
Davi, era um simples pastor de ovelhas, então um belo dia foi ungido rei de Israel. Matador de leões, ursos e gigantes, que em pouco tempo passa a ser perseguido pelo rei Saul. Mas para onde ir? O que fazer? Onde se esconder? Poderia voltar para o campo e pastorear ovelhas, mas era óbvio demais. Poderia voltar para a casa dos pais, mais era mais óbvio ainda. E se fosse procurar Samuel, o profeta, e pedir ajuda? Não, não poderia; com certeza seria visto e descoberto em pouco tempo. Mas sobreveio uma idéia: Vou fugir. Então Davi foge para Nobe, a cidade dos sacerdotes. Lá, mente para Aimeleque, come pão consagrado. Depois foge para Gate, terra dos filisteus. Lá para não ser morto, finge-se de louco. É expulso. Atirado no deserto, sem auxílio, sem ninguém, abandonado... Foi então que ele encontra mais um refúgio: A Caverna de Adulão. 
Talvez você tenha uma história parecida com a de Davi. Estava em um lugar onde era querido, amado e agora tudo acabou. De protegido passou a ser perseguido. E agora, o que fazer? Onde buscar ajuda? Na Igreja? O que te espera lá? Dedos apontados ou uma mão amiga? Compreensão, apoio ou incompreensão e condenação? O que fazer? Ir para os braços de uma mulher qualquer e se refugiar no "amor" ou ficar sozinho? Sair da presença de Deus e se refugiar no âmbito dos fantasmas que te acusam ou parar de flertar com os fantasmas e se refugiar nos braços de Deus? Talvez viver em ruas sujas, se transformar num sem teto ou quem sabe um mendigo que espera o tilintar das moedas para esboçar um sorriso? Talvez se atirar do alto de um edfício ou de cima de uma ponte alta, indo ao encontro da morte?
Enquanto seus pensamentos estão sob a proteção de uma depressão sem sentido, enquanto você caminha no deserto, enquanto você está com o olhar perdido no horizonte, saiba que tem um Deus que te ama e que cuida de você. No deserto os dias são de calor extremo e as noites são de frio extremo. Mas você não quer mais o deserto e encontra refúgio na caverna. Que bom! Agora sim! Escondendo do calor, do frio, dos dedos apontados, da condenção, da aflição, das lutas e perseguições... Agora sim, você está bem. Será?
Chegaste na caverna: Noites cada vez mais longas, chão cada vez mais frio, seus olhos estão se acostumando a escuridão do ambiente. De vez em quando, você reúne muita força e olha lá para fora, mas só enxerga a imensidão do deserto e a solidão dos dias que se passam, então você se pergunta: Por que sair daqui? Lá fora é pior. Mas a caverna não é o seu lugar. O que fazer então?
Davi tinha um dom especial: o dom de compor louvores e adoração a Deus e em um deles ele diz: "Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em Ti se refugia a minha alma à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. Ele do céu enviará seu auxílio, e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade." (Salmo 57.1-3).
Durante o tempo que Davi esteve na caverna, ele se acomodou. O homem segundo o coração de Deus estava agora fragilizado pelo mundo que ele mesmo criou, estava tudo muito fácil: seus olhos não estavam mais voltados para Deus, estava perdido, envergonhado, se sentindo derrotado, humilhado, abandonado... Mentiras, frustrações, decepções, enganos, sofrimentos... Mas de repente uma brisa suave e no meio da brisa uma voz que o chamava de pastor. Novamente ele abre os olhos e volta seu olhar para aquele que o chamava, seu coração começa a se aquecer novamente e tudo passa a fazer sentido.
A sua situação é a seguinte: você se olha no espelho e a imagem que você vê é desanimadora, não é a sua imagem, nem você acredita no que vê. Parece que os últimos meses se tornaram anos. Está sem forças, o ânimo já se foi a muito tempo. Já não tem visão, a sua companhia é uma bengala espiritual que você se apoia para andar. Seu cheiro não é de ovelha e muito menos de pastor de ovelhas, seu cheiro agora é só de caverna.
Mas Deus tem uma palavra para você: "Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são." (1 Coríntios 1.26-28).
Deixo uma palavra para você, ex-morador de Adulão: O que para o mundo é fraqueza para Deus é força. Você que estava afligido, envergonhado, humilhado e abandonado na caverna de Adulão, você que não tinha estatus, mais tinha conciência de que era devedor; não tinha honras, mais tinha a conciência de que era o menor no reino de Deus, para você eu digo: Adulão é mais escola do que refúgio. Somente os moradores ou ex-moradores de Adulão é que aprendem a cada dia o significado real do que é graça. Adulão é sinônimo de convicência, comunhão, troca de experiências. Adulão é onde se ouve a voz de Deus. E agora a voz de Deus que outrora te chamou e te conduziu para a caverna de Adulão, te chama para fora da caverna. Volte seus olhos para a face de Jesus, para aquele que é o seu socorro bem presente nas tribulações. Adore ao Senhor que te permitiu estar nesta escola que é a caverna de Adulão, pois lá é lugar só para os fortes e somente os fortes conseguem sair de lá e viver uma vida vitoriosa em Cristo Jesus. 
Adulão é refúgio para aquele que quer se refugiar no Senhor e é também escola para aquele que quer aprender com o Senhor.

Até a próxima em nome de Jesus.

Abraços;
Silberty Faria.

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