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Para Orar e Adorar

terça-feira, 24 de novembro de 2015

O Cânon Sagrado

Considerando o fato de o texto sagrado permanecer transformando gerações ao redor do mundo, até os dias de hoje, nesta lição, proponho uma análise extrabíblica com informações históricas relativas à formação do Cânon Sagrado.
O Evangelho é a palavra de Cristo que veio a nós. contudo, o simples conhecimento deste fato não é o suficiente; o evangelho precisa habitar em nós, ou cuidar da casa, não como um servo, mas como o mestre. Muitos têm a palavra de Cristo habitando neles, mas ela habita neles pobremente. Ela não tem uma força e uma influência poderosa sobre eles. A alma prospera quando a Palavra de Deus habita em nós abundantemente.


Apesar de a filosofia pós-moderna apregoar a inexistência de uma verdade absoluta; o texto bíblico aponta-nos o Caminho, a Verdade e a Vida: Jesus (Jo 14.6). Ele é o Verbo, a Palavra que se fez carne, o Filho de Deus, que, por amor, livrou-nos da morte eterna.

O Antigo Testamento
O Antigo Testamento (AT) é conhecido pelos judeus como Tanakh. Esta é uma abreviação acrônica da Torah (Lei) dos Nevi'im (Profetas) e dos Ketuvim (Escritos). No Evangelho de Lucas, Jesus fez referência a essa divisão com uma pequena modificação: no lugar de Escritos, Ele utilizou a expressão Salmos (hb. tehilim) - possivelmente o vocábulo (Salmos) representa o conjunto dos Escritos por ser o primeiro livro dessa categoria: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: "A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos." (Lc 24.44).
Na Morfologia linguística, entende-se por acrônico uma palavra criada a partir de uma designação. Exemplo: Tanakh = Torah, Nevi'im, Ketuvim. Os acrônicos são pronunciados como palavras e não como uma sequência de letras.
A diferença básica entre Tanakh eo AT protestante encontra-se na enumeração e na ordem dos livros - 1 Samuel e 2 Samuel, por exemplo, formam um único volume; o mesmo acontece com 1 Crônicas e 2 Crônicas, 1 Reis e 2 Reis, Esdras e Neemias; além disso, os doze profetas (menores) estão agrupados em um único rolo. enquanto Tanakh soma um total de 24 volumes, o AT protestante totaliza 39.

Formação e canonização do Antigo Testamento
O AT foi escrito em hebraico - com algumas passagens em aramaico (Ed 4.8-6.18; 7.12-26; Dn 2.4-7.28; Jr 10.11) - por escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu, em um período de, aproximadamente, 1.500 anos.
Provavelmente, a conclusão da canonização do texto veterotestamentário aconteceu por volta de 95 d.C., na escola judaica de Jâmnia - cidade para a qual alguns judeus deslocaram-se depois da destruição do templo de Jerusalém, em 70 d.C. Alí, um grupo de mestres judeus fundou uma escola rabínica, sob a liderança do rabôni (ou rabi) Yochanan ben Zakkai, com a finalidade de estudar a Torah; assim teriam sido definidos os livros que formariam a Bíblia hebraica. Alguns acreditam que o Concílio de Jâmnia tinha como finalidade orientar a religião judaica, já que o seu centro religiosos havia sido destruído, e o Cristianismo crescia em grandes proporções. O judaísmo, nesse período, sofreu uma substancial alteração: ele deixou de ser religião dos sacrifícios e passou a ser a religião do Livro.

A primeira Tradução do Antigo Testamento
Alexandre, o Grande, difundiu a cultura helênica (grega) por todo o mundo. Por esse motivo, as Escrituras hebraicas foram vertidas, em primeiro lugar, para a língua grega, em Alexandria, no Egito, supostamente a pedido de um rei egípcio, por volta do terceiro século antes de Cristo. Ptolomeu II Filadelfo teria convocado setenta e dois sábios judeus para traduzirem a Torah para o grego, com o fim de incluí-la na Biblioteca de Alexandria; esta obra é conhecida por Septuaginta (LXX). A Biblioteca de Alexandria foi, durante muitos séculos, um dos maiores e mais importantes centros de conhecimento do mundo antigo. Acredita-se que ela tenha sido fundada no século terceiro aC. Seu florescimento deu-se sob o patrocínio da dinastia ptolemaica (faraós Ptolomeu I e II), e sua devastação aconteceu de forma gradual; todavia, em um incêndio de causas controversas, foi totalmente destruída.

A Septuaginta
Entende-se por Septuaginta a tradução das Escrituras hebraicas (Tanakh) para a língua grega. Primeiro foram traduzidos os cinco primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco), e os demais volumes nos 200 anos subsequentes. Esse trabalho foi realizado por cerca de 70 eruditos judeus, que moravam naquela região (Alexandria, Egito), os quais estavam habilitados a implementar esta árdua tarefa. A Septuaginta é também conhecida pelo número 70 em algarismos romanos (LXX). Essa tradução serviu de base para as que vieram posteriormente. ela possui valor inestimável, pois se trata da versão grega mais antiga das Escrituras hebraicas. foi admirada por Fílon de Alexandria e Flávio Josefo, que a consideravam divinamente inspirada. 

O Novo Testamento
O Novo Testamento (NT) é formado por 27 livros; e, diferente do AT, seu texto foi escrito em um período de aproximadamente 100 anos - contados entre sua história e sua redação. A língua original utilizada em seu registro foi o grego koiné (comum).
Nos tempos de Jesus, a língua comum entre os judeus palestinos era o aramaico. No entanto, os livros do Novo Testamento foram escritos em um dialeto grego chamado koiné (comum), falado em toda a metade Leste do império Romano daquela época. Tal dialeto não era utilizado pelos autores clássicos, mas era utilizado nas transações comerciais e nas relações internacionais. Entre seus autores estão: Mateus; Marcos; Lucas, o médico grego que, apesar de não ter sido um dos apóstolos de Jesus, registrou os feitos do Senhor no Evangelho que leva o seu nome e no Livro de Atos (Lc 1.1-4; At 1.1,2); João (Jo 21.24,25; Ap 1.1); Paulo, o apóstolo dos gentios, que escreveu a maior parte do Novo Testamento (13 cartas); Pedro; Judas e Tiago. Sua divisão divisão mais básica comporta quatro gêneros literários, a saber: Evangelhos; História; Epístolas (paulinas e gerais) e Revelação.

Formação e canonização do Novo Testamento
alguns anos depois da ressurreição de Jesus, dezenas de escritos circulavam pelas comunidades cristãs. Muitos desses registros continham heresias contrárias ao testemunho de Cristo. Por esse motivo, houve a necessidade de se fazer uma seleção de livros que seriam adotados pela Igreja como literatura para regra de fé e conduta. Santo Atanásio, bispo de Alexandria, no Egito (séc. IV), foi um dos primeiros a fazer uma seleção de livros para a Igreja, os quais compõem o Novo Testamento da Igreja cristã atual. Essa mesma lista de livros foi posteriormente confirmada no Concílio de Hipona, na África em 393 d.C., quando foi fechado o Cânon Bíblico.

Até a próxima em Nome de Jesus.

Abraços;

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