Como vimos na lição anterior (Pequena Introdução aos Livros Proféticos - Profetas Menores - Profetas, Homens de Deus - Parte 2), os profetas recebem as seguintes distinções: Orais e Literários; Videntes e Não Videntes; Pré-Cativeiro e Pós-Cativeiro; Verdadeiros e Falsos; Aqueles que exercem o ofício profético como ministério e aqueles que são imbuídos de um dom do Espírito Santo. Vejamos agora um pouco sobre cada um deles:
1. Profetas Orais - Usavam a boca para anunciar, mas não deixaram nada escrito e, se escreveram alguma coisa, seus registros perderam-se e não fazem parte do Cânon Sagrado (a Bíblia). Eles foram muitos; alguns se tornaram bem conhecidos devido à sua relevância na história bíblica - como Arão (Êx 7.1), Natã (2 Sm 7.2), Elias (2 Cr 21.12), Elizeu (2 Rs 9.1), entre outros.
No Novo Testamento (NT), temos João Batista - apesar de o seu ministério ter sido importante e encerrar o profetismo do Antigo Testamento (Lc 16.16), ele não deixou nada escrito. O mesmo pode-se dizer de Ágabo, que é também chamado de profeta (At 21.10).
2. Profetas Literários - São aqueles que escreveram e cujos escritos estão incluídos no Cânon Sagrado (a Bíblia). Seus livros estão classificados entre os proféticos, sejam eles maiores ou menores. Entretanto, há profetas, como Moisés e Samuel, que se encontram em outras categorias.
Moisés (Dt 34.10) tem os seus escritos classificados como Leis (Torá ou Pentateuco). O mesmo acontece com Samuel (1 Sm 3.20), o qual deixou dois livros que levam o seu nome, porém estão classificados na categoria de Livros Históricos e Não Proféticos.
3. Profetas Videntes e Não Videntes - Os termos hebraicos roeh e hozeh significam aquele que vê ou vidente (1 Cr 29.29). O profeta vidente é aquele que tem os olhos abertos para o sobrenatural; ele pode ver o mundo espiritual do mesmo modo como vê o mundo natural. Dentre eles estão:
- Balaão, embora a Bíblia não o considere um bom profeta (Nm 22.31, Cf 2 Pe 2.15);
- Samuel (1 Sm 9.9);
- Gade (2 Cr 29.25);
- Eliseu enxergou o traslado de Elias para o céu em um carro de fogo - evento que os alunos da escola de profetas não viram (2 Rs 2.10-12); viu Geazi pedindo dinheiro a Naamã (2 Rs 5.25-27), embora não estivesse junto dele; viu as tramas do rei da Síria contra Israel dentro do seu quarto (2 Rs 6.12), etc;
- Isaías viu com nitidez o retorno dos judeus do cativeiro babilônico, citando o nome do rei Ciro quase duzentos anos antes do fato (Is 45.1); e também previu o advento do Messias (Is 53).
Já alguns profetas falavam segundo o mandado do Senhor, sem que tivessem olhos para ver o sobrenatural, como, por exemplo, João Batista.
4. Profetas Pré-Cativeiro e Pós-Cativeiro - O Cativeiro Babilônico marcou decisivamente a História da Nação. Os profetas pré-exílio são todos aqueles que anunciaram a invasão babilônica sobre Judá. Dentre eles estão Isaías, Jeremias e os nove primeiros Menores. Os pós-cativeiro são Ageu, Zacarias e Malaquias. Daniel e Ezequiel escreveram durante o cativeiro na Babilônia.
5. Profetas Verdadeiros e Falsos - Entre o povo de Deus, tanto no Reino do Sul (Judá), quanto no Reino do Norte (Israel), vez por outra, surgia alguém para anunciar mentiras. Alguns desses falsos profetas eram contratados pelo rei, com o objetivo de apregoar palavras do seu interesse, na esperança de não sofrer nenhum tipo de oposição entre o povo.
Jeremias, por exemplo, prenunciou a invasão babilônica, advertindo tanto o rei quanto a nação de que eles ficariam setenta anos nas mãos daquele poderoso Império (Jr 25.8-12). O profeta deu-lhes instruções para não oferecerem resistência, a fim de não piorarem as coisas.
Os falsos profetas do rei negavam o vaticínio de Jeremias sobre a deportação israelita para a Babilônia. Quando os babilônicos começaram a fazer suas premieiras incursões, os falsos profetas não tinham mais como negar o fato; então, amenizaram dizendo: De fato os babilônios virão, porém nós padeceremos nas mãos deles por apenas dois anos (Jr 28.10-17)
Hananias e Semaías, os falsos profetas, levantaram-se contra Jeremias para proferir mentiras; mas Jeremias os enfrentou (Jr 28; 29.24-32). Jesus, nosso Mestre e Senhor, fez severas advertências sobre os falsos profetas (Mt 7.15; 24.11), pois eles valorizam mais as cerimônias do que um relacionamento sincero com Deus.
6. Aqueles que exercem o ofício profético como ministério e aqueles imbuídos de um dom do Espírito Santo - Um dos ofícios proféticos como ministério eram dos sacerdotes. Em Israel esperava-se também que os sumos sacerdotes fossem capazes de profetizar, embora não se esperasse deles o mesmo que normalmente se esperava de um profeta oficial. O Urim e Tumim que carregavam nas vestes sacerdotais eram usados para consultar o Senhor e obter dele alguma palavra ou direção. De acordo com a tradição judaica, eram usados para conhecer a vontade de Deus (Êx 28.30; 1 Sm 28.6). O ministério profético era comum no At, mas ele também aparece no Novo Testamento como um dom do Espírito Santo (Ef 4.11, cf. At 11.27; 13.1; 21.10). O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural, concedida pelo Espírito Santo, a qual permite a pessoa entregar uma mensagem em nome do Senhor a um indivíduo ou à Igreja (1 Co 12.1-10).
Até a próxima em Nome de Jesus.
Abraços;
Silberty Faria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário